Professor e amigo Júlio Cesar Vanni,
O dia hoje começou com um gosto amargo. Está sendo difícil até agora continuar a rotina desta data que, como nos lembra a poetisa Cora Coralina, ficará marcada "com a pedra branca da cabeça de um peixe".
Não sei se as novas gerações compreendem o tamanho da perda. Mas eu sei que nossa cidade ficou ainda mais pobre neste dia. Não se trata de pobreza material. Trata-se de espírito, de identidade de um povo que aos poucos está se modificando sem que possamos sequer conter a velocidade - como uma areia fina que escorre entre nossos dedos.
Os tempos são outros, percebemos todos. Podemos querer negar a nós mesmos, mas é impossível negarmos a própria geração a que pertencemos. E o amigo foi além! Manteve firme os valores do passado, aceitou a amizade dos novos sonhadores e aderiu rapidamente ao novo mundo das redes sociais. Muito tenho a falar sobre o professor mas creio que este espaço será pequeno. Talvez um livro, quem sabe? No momento quero externar a todos publicamente a grande admiração pessoal que sempre tive pelo amigo. E não é coisa de oportunismo neste momento em que nos deixa. Graças a Deus tive a oportunidade de falar do meu apreço e homenageá-lo publicamente, mesmo quando a " tradição " insistia em nos lembrar que, pelo menos teoricamente, estávamos em campos opostos. Ranços de uma política desprezível que o amigo sempre combatel. Só tenho a agradecer pela afinidade, pela amizade e orientações durante todos estes anos. Principalmente durante o tempo em que governei Pequeri as suas opiniões sempre foram as mais importante e, graças a elas, tantas coisas boas surgiram, elevando o "status" cívico e cultural da nossa terra. O pouco do que estou falando agora é uma repetição do que falei pessoalmente para o professor diversas vezes. A última vez, também diante de muitos, foi em minha casa, no dia 13 de dezembro passado, aniversário de Pequeri, em que me prestigiou ( e a meus convidados) num grande gesto de carinho e coragem.
Um dia o amigo publicou em sua coluna no jornal " O Município ", 1996, uma nota intitulada " Substituto que desponta" apostando que eu poderia um dia chegar a substitui-lo. Foi um gesto de grande bondade para com um jovem radical que o havia provocado nas folhas de um outro periódico. Foi uma grande lição aquela. Lembrou-me,na resposta, que um dia também fora jovem como eu e que compreendia o vigor com que eu me expressava. No dia em que tomei posse como prefeito lembrei-me exatamente daquela coluna no jornal "O Município ", que hoje está estampada, em forma de quadro, numa parede de destaque em minha casa. Enfim, existem tantas histórias ... Vou aproveitar o espírito de Páscoa que se avizinha e tentar conter a saudade, crendo ainda mais na ressurreição. É preciso que nos lembremos sempre das palavras de Santo Agostinho" :
A vida significa tudo o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?".
Até breve amigo. Obrigado pelo apoio de sempre!
Fonte : FacebookO dia hoje começou com um gosto amargo. Está sendo difícil até agora continuar a rotina desta data que, como nos lembra a poetisa Cora Coralina, ficará marcada "com a pedra branca da cabeça de um peixe".
Não sei se as novas gerações compreendem o tamanho da perda. Mas eu sei que nossa cidade ficou ainda mais pobre neste dia. Não se trata de pobreza material. Trata-se de espírito, de identidade de um povo que aos poucos está se modificando sem que possamos sequer conter a velocidade - como uma areia fina que escorre entre nossos dedos.
Os tempos são outros, percebemos todos. Podemos querer negar a nós mesmos, mas é impossível negarmos a própria geração a que pertencemos. E o amigo foi além! Manteve firme os valores do passado, aceitou a amizade dos novos sonhadores e aderiu rapidamente ao novo mundo das redes sociais. Muito tenho a falar sobre o professor mas creio que este espaço será pequeno. Talvez um livro, quem sabe? No momento quero externar a todos publicamente a grande admiração pessoal que sempre tive pelo amigo. E não é coisa de oportunismo neste momento em que nos deixa. Graças a Deus tive a oportunidade de falar do meu apreço e homenageá-lo publicamente, mesmo quando a " tradição " insistia em nos lembrar que, pelo menos teoricamente, estávamos em campos opostos. Ranços de uma política desprezível que o amigo sempre combatel. Só tenho a agradecer pela afinidade, pela amizade e orientações durante todos estes anos. Principalmente durante o tempo em que governei Pequeri as suas opiniões sempre foram as mais importante e, graças a elas, tantas coisas boas surgiram, elevando o "status" cívico e cultural da nossa terra. O pouco do que estou falando agora é uma repetição do que falei pessoalmente para o professor diversas vezes. A última vez, também diante de muitos, foi em minha casa, no dia 13 de dezembro passado, aniversário de Pequeri, em que me prestigiou ( e a meus convidados) num grande gesto de carinho e coragem.
Um dia o amigo publicou em sua coluna no jornal " O Município ", 1996, uma nota intitulada " Substituto que desponta" apostando que eu poderia um dia chegar a substitui-lo. Foi um gesto de grande bondade para com um jovem radical que o havia provocado nas folhas de um outro periódico. Foi uma grande lição aquela. Lembrou-me,na resposta, que um dia também fora jovem como eu e que compreendia o vigor com que eu me expressava. No dia em que tomei posse como prefeito lembrei-me exatamente daquela coluna no jornal "O Município ", que hoje está estampada, em forma de quadro, numa parede de destaque em minha casa. Enfim, existem tantas histórias ... Vou aproveitar o espírito de Páscoa que se avizinha e tentar conter a saudade, crendo ainda mais na ressurreição. É preciso que nos lembremos sempre das palavras de Santo Agostinho" :
A vida significa tudo o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?".
Até breve amigo. Obrigado pelo apoio de sempre!
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