Seguidores

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Plano Municipal de Saneamento Básico

Aconteceu nesta quinta-feira , na Escola Municipal Waldomiro de Magalhães Pinto, a Oficina 1 para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico do Município.

A Lei Federal 11.445/07 define o saneamento básico como o conjunto de serviços urbanos, infraestrutura e intalações operacionais de :

. Abastecimento de água
. Esgotamento sanitário
. Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
. Drenagem urbana e manejo de águas pluviais.

Com a presença da equipe que está elaborando o trabalho, após a explanação do assunto, foi entregue aos presentes a Cartilha : Saneamento Básico - O que isso tem a ver com você?
Foram feitos grupos de pessoas presentes onde cada grupo deveria escrever os pontos positivos e negativos sobre os seguintes itens : água, rede de esgoto, lixo e drenagem no Município de Pequeri.








Ao final, foram debatidas as opiniões de cada grupo, devendo voltar a ter ainda outros encontros para terminar a elaboração do trabalho sobre o Saneamento na cidade.

PARTICIPE. OPINE. CONTRIBUA PARA DEIXAR SUA CIDADE MELHOR.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Documento



Cruz colocada na divisa do município de Pequeri- Sarandira, 
durante a administração do Prefeito Rafaneli Salles de Almeida. Alunos das escola fazem uma visita. Professores à frente: Prof .Gilda Garcia, Prof. Sérgio Calegari, Prof. Mariângela e Prof. Terezinha Fulco em abril de 2.000.

                                          DOCUMENTO:
 (Quando Pequeri pertencia a Sarandira)



REPRESENTAÇÃO DO COMMERCIO DE SARANDY. 1889



  Ilmos. Srs. Presidente e mais vereadores da câmara municipal do Juiz de Fora. – À presença de V.V.S.S. vêm os abaixo assinados, negociantes estabelecidos no distrito do Sarandy, deste município, reclamar contra o abuso cometido por muitos fazendeiros, que, sem pagarem impostos contra o que dispõe o código de posturas municipais, tem verdadeiros estabelecimentos comerciais em suas fazendas, a título de “armazém para fornecimento aos empregados”, mas onde comerciam em toda a sorte de artigos, lesando assim os interesses do comércio lícito, que, por estar sobrecarregado de impostos onerosos é intuitivo que não pode competir com quem dolosamente se furta ao pagamento deles. 
  Dos fiscais do distrito, de quem os abaixo assinados tem por mais de uma vez solicitado providências contra tão abusivo procedimento, nada esperamos signatários da presente representação, porque, ou estes agentes municipais interpretam mal o espírito da legislação vigente, ou esta é realmente deficiente para a repressão deste e outros semelhantes abusos.
  Seja, porém, como for, aos abaixo assinados – leigos em matéria de legislação – o que parece de justiça, é:
  -Que ninguém possa comerciar sem pagar os direitos relativos á profissão de comerciantes. O contrário disto é estabelecer exceções odiosas em favor de determinadas classes com reconhecido gravame dos interesses de outras.
  Todas as classes produtoras são outros tantos fatores da riqueza dos municípios, e conseguintemente do país. Pode cada uma delas produzir e usufruir a maior soma de conseqüentes frutos de sua maior ou menor atividade, mas isto dentro da órbita que lhes é traçada pelos poderes públicos, com o fim de evitar o choque de interesses particulares, do qual resulta mais tarde ou mais cedo o decrescimento da renda pública.
  No caso vertente se esta ilma. Câmara não der imediatas providências no sentido de por um paradeiro a este estado de cousas, tem de ver em breve diminuída a sua renda, pela supressão de muitos estabelecimentos comerciais do município, que, além de se verem a braços com uma crise assustadora, tem ainda de arcar com a concorrência de uma infinidade de comerciantes não tributados.  
  Mas, ainda isto não é tudo, ilmos.srs. Uma clausula de vendedores de gêneros do país anda por aí de estação em estação e de fazenda em fazenda, mascateando gêneros por amostra, sem pagamento de imposto de espécie alguma; isto sem falarmos nos mascates de fazendas e outros artigos que, quer deste município, quer de municípios estranhos, se servindo mesmo meio capcioso para se furtarem ao cumprimento da lei. E quando o comércio se queixa aos respectivos agentes municipais, respondem-lhes isto: ‘Individualize’.
  A individualização, em semelhantes casos, ilmos. srs., como a querem os agentes municipais, repugna no caráter dos abaixo assinados como ao de todo o homem que se presa.
  Exercendo uma profissão honesta, e quiçá honrosa, de que pagam avultadíssimos impostos, eles supõem o que devem encontrar na lei e seus executores o corretivo bastante eficaz contra a lesão de seus interesses, sem que lhes necessário representar o degradante papel de denunciantes.
  É por isso que os abaixo assinados generalizando os fatos, vem respeitosamente pedir a esta ilma. Câmara que lhes faça a dívida. 

Justiça.
E. R. M.
Julio Equi & Irmãos.
João Guilherme Bezerra Paes.
Francisco Martins da Silva.
José Carrara & Irmão.
Ernesto Breyer.
Arantes & Andrade.
José Teixeira Roza.
Manoel Tavares Corrêa.
Antonio Caput.
Manoel Anastácio Corrêa.
João José Antunes.
Antonio Guilherme Rangel.
Laudelino José de Freitas.
Maria Augusta.
Virgílio Dutra de Moraes.
João Moreira Casemiro.
João B. Lucas Linhares.
Adriano de Mesquita Menezes.
Luiza Martins.
Joaquim Ferreira Tavares.
Francisco Curcio.
Joaquim da Silva Fontes.
José Severiano.

Jornal “O Pharol” de Juiz de Fora. 05/03/ 1889 – N. 54 – Páginas 2 e 3.
 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

História do Hospital de Pequeri

                               

                              História do Hospital de Pequeri


              Corria o ano de 1.967.  A cidade sem calçamento, sem telefone, sem água, luz deficiente, sem médico ou serviço compatível com as suas necessidade, propiciava á população um quadro desolador.  O posto de Saúde do Estado, precariamente instalado nos fundos do mesmo pardieiro em que funcionava a Prefeitura Municipal, era algo de asqueroso, suscetível de comprometer a credibilidade dos serviços públicos e de agredir os mais elementares preceitos de higiene e de assistência médica.  Não aceitando aquela promiscuidade e constatando que o prédio não comportava uma reforma para a natureza dos serviços, tratou o prefeito de alugar uma casa na mesma rua e, com pequena reforma, adapta-la ás necessidades do Posto de Saúde. Era uma providência emergencial e oportuna que perduraria por mais algum tempo até que algo mais importante pudesse ser feito.


          Homem afeito ao planejamento, aquela autoridade, entre os muitos projetos montados para Pequeri, colocou como o Plano Municipal de Saúde, através do qual pretendia atender ás necessidades médicas da população resolvendo, de vez, o problema.
           Contava do Plano de Saúde a construção de uma Unidade Médica suficientemente equipada para as emergências, com ambulatório, farmácia, gabinete dentário, sala de partos, duas enfermarias com dois leitos cada uma, aposento para médico, sala administrativa, copa e cozinha, e até uma ambulância para o transporte dos doentes e acidentados que necessitassem de ser removidos para os hospitais  de Bicas, Mar de Espanha, Juiz de Fora ou Três Rios.  Mercê ás suas características, aquela Unidade foi denominada Mini Hospital sendo, pois o embrião de um futuro nosocômio.
            Com essa idéia de Mini Hospital, o prefeito levou o projeto á apreciação do Dr. Harrisson de Mendonça, titular do Posto de Saúde e que somente ás quintas-feiras comparecia a Pequeri.Encontrou-o, após o expediente, conversando com o Coletor  Estadual, Agenor Garcia Ribeiro, dinâmico “auxiliar” de serviços médicos nas horas vagas que, na adolescência e até mesmo antes de ocupar o cargo público, havia trabalhado no ambulatório de uma farmácia. Sentados á mesa de um bar na Praça Antero Dutra, os três trocaram impressões sobre a difícil situação do serviço médico em Pequeri, ao mesmo tempo em que passaram a analisar o projeto  do  Mini Hospital.   Pouco depois se juntava ao grupo o gerente da Minas Caixa, Sr. Ronaldo Granato Matta, que já conhecendo o projeto do prefeito, sugeriu, com a espontaneidade que lhe é peculiar, um brinde á construção do Mini Hospital.
            Alegando a dificuldade financeira da Prefeitura, o prefeito lembrou de que a construção daquela Unidade de serviço médico deveria ter a participação da comunidade e,  para isso, pretendia criar uma entidade filantrópica ensejando, destarte, a colaboração do povo.
           Agenor Garcia Ribeiro, figura eclética, bom escriba e que de tudo conhecia um pouco, prontificou-se a elaborar um estatuto de uma Associação de Caridade e Assistência. Já no segundo brinde, o grupo se comprometia em levar adiante aquele plano marcando, para isso, uma reunião na quinta-feira seguinte.
            Sem o compromisso de qualquer sigilo, o assunto ganhou as ruas para receber a simpatia popular dos incrédulos. O prefixo “Mini” acabou esquecido no processo, o que influenciou o desenhista Luiz Carlos Fernandes da Silva a elaborar uma planta com base nos hospitais da região.
            Na semana seguinte, no dia 12 de abril de 1.968, realizou-se no posto de saúde a reunião programada. Diante do esboço do estatuto elaborado por Agenor Garcia Ribeiro, os pioneiros resolveram eliminar de vez o “Mini”.  Amadurecida a idéia, ficou acertada a realização de uma terceira reunião para a qual foram convidadas as figuras proeminentes da comunidade. 
            No dia n19 de abril foi realizada a reunião que marcou o nascimento do hospital, lavrando-se, em folha de papel, a primeira ata da Associação de Caridade e Assistência de Pequeri -ACAP, cujo original se acha devidamente conservado e guardado em cofre. Naquela reunião ficou decidida a convocação de uma assembléia no Clube Social para o dia 05 de maio de 1.968.
           Na data aprazada, contando com a presença de cerca de setenta pessoas, nascia oficialmente a Associação de Caridade de Pequeri, lavrando-se a competente ata de função, promovendo-se a eleição da primeira diretoria e a aprovação do estatuto. Os primeiros dirigentes eleitos foram: provedor- Boanerges Dutra de Morais, vice-provedor –Ascânio Gouvêa Matta, primeiro secretário – Agenor Garcia Ribeiro,  segundo secretário –Ed Côrtes Costa , primeiro tesoureiro _Nusin Kielmanowicz e segundo tesoureiro _Joel Pereira Alvim, ficando o Dr. Harrison de Mendonça como diretor do hospital. Estava, assim, criado o Hospital S. Pedro.
           Ainda naquela oportunidade, o prefeito Júlio Vanni além de manifestar o empenho da prefeitura na realização da obra, propôs aos presentes que ali mesmo fossem feitas as primeiras subscrições de quotas a fim de serem atendidas as despesas iniciais, no que foi prontamente atendido.
          A notícia da fundação do hospital alcançou logo o domínio público, sensibilizando a quantos tivessem qualquer vínculo ou de negócios em Pequeri. Ainda empolgado com o êxito do movimento, o prefeito levantou a idéia de se promover uma festa, a festa do pequeriense ausente e de amigos de Pequeri, cuja renda seria totalmente aplicada nas obras do hospital. Rifas, bingos, quermesses,doações,churrascos,almoços,jantares beneficentes e até sorteios de brindes pelo resultado diário do bicho, tomaram conta da cidade numa agitação por demais animadora.
           Era plano do prefeito construir o hospital na colina situada atrás da atual sede da Prefeitura Municipal, na praça Dr. Potsch.  Aconteceu, porém, que o Sr. Victor Belfort Arantes Filho, também empolgado com o movimento, teve de ser internado numa emergência em Juiz de Fora. Ao regressar, procurou o prefeito e lhe ofereceu em doação 16.000m  de terreno para a construção do hospital, justamente ali na colina “Bela Vista” onde se encontra o atual nosocômio.
          É importante registrar as doações voluntárias de carretos, mão de obra, dias de serviço, material, etc, feitas, inclusive, por gente humilde, hoje, praticamente impossível identificá-las, mas que evidenciaram a participação da comunidade  como um todo.  Mas o ponto alto da campanha ficou mesmo por conta da festa de pequeriense ausente, cujo saldo de mil cruzeiros na época, algo hoje como setenta mil cruzados, permitiu o lançamento da pedra fundamental no dia 21 de dezembro do mesmo ano, e a  aceleração das obras no dia seguinte sob a direção do construtor Augusto Cortes, já que a Mineração Anasteve, por deferência especial do seu diretor Rubem Keller, cuidara dos serviços de terraplanagem.
         Construído o primeiro bloco, partiu-se logo para a construção do segundo com a doação feita pelo Dr. Carlos Juarez Belfort Arantes de todo o cimento para a sua laje.
          Para o Prefeito Júlio Vanni, incansável no acompanhamento das obras e na obtenção de recursos materiais e financeiros, foi uma agradável consagração, ao fim do seu mandato, poder o prédio abrigar pelo menos a parte ambulatorial.
          Os prefeitos que se seguiram, Boanerges  Dutra de Morais e Luiz Abílio Pimenta Alves, também se empenharam nas obras do hospital. Mas a falta de recursos e a inflação que já agravava a economia do país, não tardaram em provocar uma estagnação das obras. Boanerges teve contra o seu desempenho, o fato de ter sido o seu mandato de dois anos, agravando com o seu precário estado físico, cuja molestia o arrebatou da vida poucos anos depois.
           Por muito tempo o hospital esteve totalmente paralisado, como um verdadeiro elefante branco sob a égide da Fundação Municipal de Saúde, entidade que, estranhamente, se transformara a Associação de Caridade e Assistência de Pequeri .
           Mas foi na administração do prefeito José Vicente Daniel que o  hospital pode ser concluído. A Fundação Municipal de Saúde se transformou na atual Associação de Caridade  S. Pedro e seu provedor eleito foi o Senhor René Cozac que se propôs a dar a arrancada final até o seu pleno funcionamento.Deixou assim  o hospital, de ser o grande elefante branco sob as vistas do povo, já quase descrente da sua utilização.
           Há pois de se louvar o desempenho do prefeito José Vicente Daniel  em equipar o hospital e ao incentivo dado as obras que naquela altura já eram custeadas pelo Sr. René Cozac que assim inscreveu o seu nome no rol dos maiores beneméritos do Hospital.
           É verdade que o hospital está bem equipado e se acha em pleno funcionamento desde o ano de 1986, quando se tornou realidade o convênio com o INAMPS mercê a elevada colaboração dos Srs. José Murilo Borges e Jair Cardoso.
           É verdade também de que o hospital carece, ainda, de novas instalações e novos equipos a fim de atender as exigências do INAMPS e o crescimento natural dos seus atendimentos e, até mesmo, de pessoal competente conforme recomendam os seus atuais dirigentes clínico e administrativo, respectivamente, o Dr. Harrisson de Mendonça e Dr. Edmir Moutinho.
           Neste relato encerra o primeiro capítulo de uma longa história, já com 19 anos de existência, desde que os quatro pioneiros se sentaram a uma mesa de bar na praça Antero Dutra, num instante de lazer e de muita felicidade cívica.
           É lamentável que ninguém tenha registrado os nomes de tantos doadores e colaboradores populares, de operários a doutores, que acabaram ficando no anonimato, mas que foram de grande valia para que Pequeri tivesse este hospital que é, sem dúvida, uma obra que a nossa gente pequeriense deve orgulhar-se. Mas seus nomes, certamente, estarão registrados nos anais divinos.
          Resta-nos dizer uma derradeira verdade.  Uma verdade verdadeira ou melhor, verdadíssima, verdade límpida, cristalina, incontestável que merecia ser gravada numa placa á entrada do hospital:

          Esta obra nada deve aos governos federais e estadual na sua parte física.
      Foi considerada sendo um patrimônio inclusive da comunidade pequeriense  que sempre contou com a  boa vontade de denodados amigos e benfeitores desta cidade.

         

         Fundadores: Júlio Cezar Vanni, Agenor Garcia Ribeiro, Dr. Harrisson Mendonça e Ronaldo Granato Matta.
          Doador do Terreno: Victor Belfort Arantes Filho.
          Projeto de Luiz Carlos Silva.
          Construtor (1 fase): Augusto Cortes
          Terraplanagem: Mineração Anasteve Ltda.
          Início das Obras: 21 de dezembro de 1968.
         

          Primeira Diretoria:
          Provedor -Boanerges Dutra de Morais
          Vice Provedor:Ascânio Gouveia Matta
           1 º Secretário: Agenor Garcia Ribeiro
           2º Secretário: Ed Côrtes Costa
         
           1ºTesoureiro:Nusin  Kielmanowicz (Natan)
           2º-Tesoureiro : Joel Pereira Alvim
           Conclusão da Obra em 1982: Renê Cozac
       Prefeito que iniciou á obra: Júlio Cezar Vanni
       Prefeito que equipou e inaugurou: José Vicente Daniel

Texto recebido por e-mail de  Dr. Julio César Vanni, ex-prefeito e histotoriador.





.




























































































































domingo, 19 de agosto de 2012

Nossa Senhora do Livramento

Esta imagem de Nossa Senhora do Livramento,esculpida  em madeira, com data do século XVIII, pertence à Igreja de Sarandira.. Está em Pequeri pois a Igreja de Sarandira está passando por uma reforma e sendo hoje o dia consagrado à esta Santa, a imagem foi exposta no altar da nossa Igreja Matriz.

ORAÇÃO À NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO
Nossa Senhora do Livramento,
Mãe de Deus, nossa Mãe
e padroeira de nossa Paróquia.
Com o olhar confiante vos contemplamos.

Como exemplo, guia e protetora dos filhos devotos.
Dirigimo-nos a vós como filhos,
porque necessitamos do vosso auxílio.
Só em pensar que temos Mãe junto de Deus, sentimo-nos reanimados,
apoiados e guiados pela mão materna.

Renovai-nos espiritualmente
para que saibamos enxergar a vida mais bela.
Levantai-nos para caminhar sem medo
nas tribulações da vida. Dai-nos vossa mão
para que acertemos o caminho da salvação eterna.

Nossa querida Mãe,
NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO,
abençoai-nos e guardai-nos junto de vosso coração,
e conduzi-nos ao coração eterno e amoroso do Pai. Amém!


"Nossa Senhora do Livramento
Livrai-nos de todos os perigos do corpo e da alma"


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Texto: Pequeri de meu tempo



Foi na Fazenda de Santa Luzia, a leste da Estrada de Ferro, num velho casarão construído, no tempo do cativeiro, onde eu nasci. Filho de pais do alem mar, sem conhecer as vitaminas, as penicilinas, cresci num ambiente sadio e feliz, desconhecendo o mundo fora dos limites do meu querido São Pedro do Pequeri. A natureza prodigiosa daquele tempo era o alento da boa gente das fazendas que nela tinha o seu sustento, o seu remédio e o seu divertimento.
Como todo garoto, aos sete anos fui para a escola no “arraial”, a fim de receber os primeiros ensinamentos de minha formação. Impulsivo no inicio, acostumei-me, logo, com os companheiros que comigo faziam boas e saudosas estripulias. Com o estudo eu não queria nada. Lembro-me do interesse que tive em aprender os nomes dos dias da semana, somente para marcar nas folhinhas as “quintas-feiras” e os “domingos” que eram os dias de folga, dias em que eu podia cavalgar o “Trento” meu cavalo pedrez que me levava ate a invernica para dar sal ao gado e a postar corridas com as novilhas desgarradas. Aos domingos, entr3tia-me com as arapucas e os alçapões na anciã de pegar algum canário, um sabia, uma juriti ou mesmo um tico-tico, enquanto que no velho açude gordas traíras, acaras e lambaris eram pescados em quantidade. Quando me fartava dos passarinhos e da pesca, ia ao mato buscar o mel das abelhas selvagens para um guloso regalo tão próprio das crianças de todos os tempos.
As plantações abundantes propiciavam  naquele tempo, farta colheita. Os carros de bois, com o seu chiado característico, anunciavam sempre a chegada ao terreiro vinham um após outro para derramar diante da casa grande, o café, o milho, o feijão, etc. numa euforia sem par. Era uma verdadeira festa a chegada dos primeiros carros com a primeira colheita. O ultimo carro era sempre enfeitado de ramos e flores silvestres. O pessoal delirava de contentamento. No primeiro sábado, após o inicio da colheita, era, então festejando o grande acontecimento. Os colonos italianos, herdeiros das tradições da sua terra natal, se ajoelhavam e lançavam uma prece a Deus, agradecendo o belo resultado dos seus esforços. Rezava-se o “terço” para depois da benção do Santo padroeiro das boas colheitas, ter inicio um esfuziante baile sob o som da sanfona. A meia noite dançava-se a quadrilha como ponto culminante dos festejos. Bebia-se a “temperada” que era uma deliciosa bebida preparada pelos italianos. Assim festejava no meu tempo, com incomensurável alegria a colheita farta que se repetiria nos anos seguintes.
No “Arraial” as festas do Mês de Maria eram esplendidas. Havia, não tenho duvida, mais alegria, mais gente, mais fartura e, por conseguinte, mais animação. O futebol era de uma animação nunca vista. Pequerience F. C. e S. C. Elite, dividiam as preferências locais.  Os homens torciam e brigavam, enquanto que as mocas na vigilância dos seus pais torciam caladas, com o pensamento no baile que certamente haveria a noite.
Como em todo lugar, o carnaval de S. Pedro do Pequeri marcou época.
Para o reinado de Momo, chegava sempre um carro especial da estrada de ferro com gente do Rio de Janeiro, pois, a fama das mocas de Pequeri era de que eram as mais bonitas da redondeza. Nos salões de baile, pisava-se em montes de confetes e serpentinas enquanto que no ar os guinchos dos lança- perfumes eram em profusão.
A política era assunto dos mais idosos. A rapaziada não se preocupava tanto com esse assunto. Seria, naquele tempo, deselegante um rapaz falar em política com a sua namorada. Levava logo um fora. E no comentário com as amigas, a donzela diria: “fulano é um bobo. Só fala em política, coisa que eu não entendo e nem sou eleitora”.
Como o tempo não espera por ninguém, senti chegada a mocidade, quando tive de m afastar daquele ambiente que tanto adorava. Fui para o colégio. As férias eram aguardadas sempre com viva ansiedade. A saudade o meu São Pedro do Pequeri era imensa. Como era bom  rever  tudo aquilo... Os dias de férias pareciam passar depressa. E antes mesmo que terminassem, eu começava a sentir o pungir impiedoso da saudade. Novo ano de estudo, novas férias.... E o tempo me fez homem.  Assim que terminei o curso, não encontrei trabalho compatível com os meus estudos no meu querido torrão. Parti para o Rio em busca de um futuro promissor. Enfrentei sozinho, mil e uma dificuldades, sem nunca desanimar e vencer finalmente. Ainda com os olhos voltados para frente, e com o pensamento no meu velho São Pedro do Pequeri, eu vejo passar 25 anos de ausência do torrão querido.
Quando visito Pequeri, não deixo nunca de olhar para o seus passado e compara-lo com o presente. Está tudo mudado. Sento-me, sempre sob uma velha e frondosa arvore, fecho os olhos para contemplar o deslumbramento de outrora. Como me sinto feliz!
Ao abri-los, sinto porem, uma magoa profunda. Não vejo ao redor de mim, os vastos cafezais, as verdes florestas despareceram. Tudo agora é pastos e montanhas desnudas. Levanto-me e me ponho a caminhar pela velha estrada onde eu cavalgara com os arroubos próprios da infância. Não encontro mais os camponeses nos campos. Suas casas não existem mais. Foram para outros lugares em busca de melhor situação. As juritis, os sabiás, os nhambus, as trocau, também se acabaram. No velho açude o anzol fica como que dando “banho à minhoca”pois os peixes não beliscam mais. A casa onde nasci também desapareceu. Nem mesmo as ruínas pude encontrar. Olho, finalmente, para o azul infinito do céu que e a única coisa que ainda resta. Ali a Mao do homem não pode alcançar para destruir.
 Volto ao “Arraial”que hoje goza dos foros de cidade. As suas ruas são as mesmas e o casario em quase nada foi alterado. Encontro-me com poucos conhecidos de outrora, pois, a maior parte da população é para mim, agora, desconhecida. Os antigos companheiros são homens como eu. Os moços do meu tempo ficaram velhos e os velhos na sua maioria, deixaram de existir. Tudo, tudo e tão diferente. Os costumes já não são os mesmos. As moças discutem  política com entusiasmo e coragem. O namoro é mais livre. As fábricas antigas desapareceram. No grupo escolar não encontrei mais as matronas amigas d’antes. Agora as professora são “brotinhos” na sua maioria ( aliás, é a única coisa que invejo dos atuais alunos).
Hoje meu querido São Pedro do Pequeri és cidade, porem, pouco progrediste. Do teu velho nome ficou apenas o Pequeri, mas guardo no coração as saudades daquele bom tempo. Tudo passa, tudo se modifica. Só não modifica o teu céu de azul puríssimo. E o meu desejo, meu velho Pequeri, e de que o mesmo sol que me viu nascer me veja morrer.
Fernando Vanni

Fonte: Jornal ‘O Pequeri’ – 17 de setembro de 1956.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Fotos antigas do Grupo Escolar "Antero Dutra"

 Professora Vany Vanni Magri Moraes com  turmas de alunos.




Professoras :Maria Lúcia Castro, Mª da Conceição F. de Almeida, Vany Vanni Magri, Lia Micheli e Nice Ferreira.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Festa no Restaurante Maninhos



                                                      Venham conferir!

sábado, 4 de agosto de 2012

Sitio Shalom comemora 20 anos

O Sitio Shalom está em festa, comemorando seus 20 anos de existência. Um grupo de holandeses já se encontra na cidade, para prestigiar o evento. O Sitio Slalom acolhe crianças e adolescentes em sistema de casas-lares.
                                  Convite para a festa:
                             Parabéns aos amigos do sitio Shalom!!!
           Algumas imagens do Sitio Shalom no dia de hoje:








                      Aqui, uma das camisetas do evento.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sitio Monte Belo

                          No passado este sítio pertenceu a Guilherme Francisco da Costa.
Localiza-se na antiga estrada Pequeri- Mar de Espanha

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Descendentes Italianos na política nos 59 anos de Pequeri como cidade.

Descendentes Italianos na política nos 59 anos de Pequeri como cidade.

Prefeitos.
. José Flora - Primeiro prefeito da cidade - Filho de Italianos-
Além de Prefeito foi vice-prefeito e vereador diversas vezes.

.
Julio Vanni - Filho de Italiano. Foi o terceiro prefeito. Foi da primeira Câmara.

. José Vicente Daniel - Neto de italianos. Governou num mandato de seis anos e foi vereador.


. Geraldo Fulco. Foi 3 vezes prefeito e foi vereador. Neto de Italianos.


Mulheres eleitas para a Câmara - Vereadoras:

. Nair Temponi - Neta de italianos - Foi a primeira mulher a se eleger vereadora e presidente da Câmara.

. Sílvia Helena Franco de Almeida - Neta de Italianos. Teve mandato de seis anos.


. Valéria Perantoni de Andrade - Neta de italianos - Além de vereadora foi presidente da Câmara durante a realiação da Lei Orgânica.


. Eliete Maria Flora - Neta de italianos.


. Stella Mary
Rodrigues - Neta de Italianos - Além de vereadora é a atual vice-prefeita.

. Rosângela Iambao Silva Nina Galão - Bisneta de italianos - Foi presidente da Câmara.
 Fonte: Facebook-Raul Salles -Grupo Carnevale
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...