A fusão do Pequeriense F.C e do S.C. Pequeriense
aconteceu em plena vigência do Estado Novo, imposto por Getulio Vargas.
Sem política partidária no meio e considerando as dificuldades de se
manter dois clubes numa localidade pequena, surgiu a idéia da fusão. Me
parece que a idéia foi de Primo Granato, bem aceita por todos.
Recordo-me, como bisbilhoteiro que eu era, o Primo Granato e o Sebastião
Granato se encontrando na praça com o Geraldo Flora que logo acatou a
idéia da fusão, mas tinha que ouvir o pai e os demais adeptos do
Pequeriense F.C. Minha impressão na época era que o Geraldo Flora,
jogador de grandes virtudes, sentindo que precisava de um grande time
para se projetar como atleta, aceitara a fusão como solução pessoal e
também, de integração da comunidade esportiva de Pequeri. E com isso
levou o irmão Zizinho Flora a se projetar no futebol.
Sebastião Granato, por seu lado era o maior
entusiasta pelos esportes. Era quem controlava o campo, promovia sua
limpeza, marcação nos dias de jogos, providenciava as bolas, escalava os
juizes, chamava o pessoal para os treinos de terça e quinta feira.
Enfim, era o lider inconteste e que tinha como admiradores pessoas que
ajudavam em participar da diretoria, como Ed Cortes, Laerte Campos, Sr
Agenor Ribeiro, Agenor Garcia Ribeiro (Nonô), Ascânio Matta,etc. A fusão
lhe agradava e chegou ao ponto de ter dificuldades em controlar os
compromissos de jogos, treinos e direção dos juvenis e infantis.
Com a fusão criou-se uma nova diretoria com novo
estatuto, novo uniforme para o time, camisa branca com faixas azul e
vermelha em diagonal e legalização do Clube na Federação Mineira de
Futebol, sem o que não poderia participar dos campeonatos regionais.
Aproveitou-se o S.C (Sport Club) do São Pedro e o nome Pequeriense,
fadado a um longo período de glórias para Pequeri, culminado como
"Esquadrão de Aço", por várias vezes campeão da Associação Biquense de
Clubes e da Liga Amadorista de Bicas da qual participaram o
Leopoldina F.C. o S.C Biquense, clubes de cidades periféricas e até de
São João Nepomuceno. Foi um período de ouro para o futebol da
microrregião - mais ou menos 10 anos - criando-se vários clássicos que
realmente levavam grande público aos estádios.
O Esquadrão de Aço, apelido do S.C. Pequeriense no
período em que foi juntamente com o Leopoldina F.C e o S.C. Biquense,
os grandes da região, coincidiu com a rivalidade política entre Pequeri e
Bicas que culminaria com a emancipação da nossa terra. A rivalidade
futebolística mesclada com a política, levava os atletas de Pequeri a
se unirem cada vez mais e com isso o grande período de conquistas. E que
timaço: Zeca da Baldina, Didi Fialho, Baita, Sinval Sales, Glauco
Sanábio, Renato Matta, Tininho, Murilo Matta, Genésio Matta, Zequinha,
Geraldo Flora, Herman Guarize, Zé Capota, Brian Guarize, Zé Daniel,
Alfredinho, Angelinho Granato, Zizinho Flora, Ralph Salles,Zeca Favero,
etc - meu Deus - era muita gente boa de bola que se revezava sem deixar
mágua. Era uma geração em que se encaixariam ,perfeitamente, Roberto
Moreira, Murilo Moreira, Henrique Matta e os irmãos Luiz Carlos e
Julinho Costa. Há outros nomes que precisam ser lembrados.
DUAS PARTIDAS INESQUECÍVEIS. Devia ser, 1937. O
S.C. São Pedro jogava com o Miramar de Mar de Espanha e o Pequeriense
F.C. contra um time de Rochedo no mesmo horário de 15 às 17 horas.
Ambos os campos eram abertos e estavam cheios. A vila ficou vazia, pois
até os velhos, sem nada para fazer, iam aos campos de futebol. No campo
dos Granatos, vitória do time da casa por 2x1, goals de Negrinho e
Estevão Granato contra um de um tal de Tapuranga. Terminada a partida,
os torcedores do S.C São Pedro descobriram que a partida no campo do
Pequeriense começara com 30 minutos de atrazo, para lá se dirigiram
torcendo contra o time da casa.O Pequeriense ganhava por 1x0 e os
rochedenses, estimulados pela torcida de última hora, conseguira o
empate.
O sino da Igreja tocou festivo chamando os fiéis
para a benção vespertina. Era um domingo de maio, dia de festa de Nossa
Senhora com procissão marcada para às 18 horas. Caso contrário,
poderia ter acontecido uma briga muito séria.
UNIDOS DE PEQUERI F.C.
Corria o ano de 1946. Vários filhos de Pequeri
tentavam a vida no Rio de Janeiro. Sempre em contato entre si, o jovem
Luiz Abilio Pimenta Alves, filho do dono do Hotel Avenida, tinha por
hábito convocar os amigos para jantar no hotel, sempre aos sábados, por
conta da casa. Num dos jantares, surgiu a idéia de se fundar um time de
futebol de pequerienses já que todos eram praticantes do velho
balipodo. Assim surgiu o Unidos de Pequeri F.C. com sede no hotel ,
sendo eleito presidente o sr Rodolfo Granato. Integravam o time os
seguintes filhos da santa terrinha: Luiz Abilio P Alves, Geraldo
Granato, Gilson Guilhermino, Julio Vanni, Luiz Fialho, Italo Magri,
Angelinho Granato, Guilherme Guilhermino, Luiz Micheli Valloni, Edson
(?) e Eli Garrido. Armado o time, a ideía unânime era fazer uma
excursão a Pequeri para jogar contra o S.C Pequeriense, na época
consdierado imbátivel na região. Marcado o jogo, o Unidos de Pequeri se
reforçou com quatro jogadores importantes do Confiança F.C. clube
campeão de amadores do Rio de Janeiro, já que Italo Magri e Julio Vanni
estavam adoentados sem chance de participarem da partida. Em Pequeri a
idéia geral era que o time local venceria, no mínimo, por 6x0 podendo
chegar a uma goleada histórica. Era muita audácia dos filhos da terra
que mal poderiam jogar entre os reservas do Esquadrão de Aço.
Acontecia que naquela ocasião o Pequeriense carecia
de um bom goleiro. Atuava no gol um tal de Leão que não desprezava uma
cachaçinha. Temendo a goleada, alguém do time visitante achou de pagar
umas doses duplas de cachaça para o Leão, pouco antes do início
da´partida. E não deu outra. Após o primeiro tempo, os visitantes já
venciam por 3x0 o que deixava espantados os torcedores locais e atônitos
os velhos amigos Sebastião Granato, Beta Matta, Tininho, Geraldo Flora,
Ed Cortes, Ascânio Matta, Zeca Favero, enfim todo o time, que confiava
numa virada no segundo tempo, que quase aconteceu. Era dia do S.C
Pequeriense perder goals um em cima do outro e ser derrotado por 4x3.
Inconformados, torcedores e jogadores locais queriam uma revanche no
domingo seguinte. Pagariam todas as despesas, etc. Por esperteza, o
Unidos de Pequeri foi sempre protelando em aceitar a revanche, até que
desapareceu dois anos depois.
Pequeriense Futebol Clube:
De pé : 1º Odilon Campos,3º Nilo Soares Sobreira,